“A morte é a única das nossas obras que atinge a perfeição e é-nos vedado vê-la”
(in “A Lâmpada de Aladino” de Luís Sepúlveda)
O chileno está louco!! (foi exactamente isto que pensei, depois de ler esta frase no seu último livro).
Mas onde está a beleza/perfeição na nossa morte!
Durante largos momentos fiquei confuso (senti-me até pouco inteligente). Na minha procura pelo seu significado, com o olhar perdido no “meu” Rio Tejo, passou mesmo à minha frente um casal de namorados….e aí sim…dei um significado muito pessoal ao gravado pelo autor…esquecendo a morte física de que ele fala.
Lembrei-me, de repente, de todo o significado do trágico/mágico final da famosa história de Romeu e Julieta…mas não só (vários exemplos apareceram na minha mente)...e...
Caramba, o Luís, sem se aperceber, poderá estar certo!! “Morrer por amor” é, talvez, a (nossa) única obra no auge da sua perfeição/beleza!!
Eu sei que estou a romancear o que foi escrito por este escritor. Ele não queria dizer nada disto. Deturpei tudo.
Mas…não desejamos todos, um dia, “morrer por amor”...por alguém? E quando isso nos acontece, dando tudo o que de melhor temos, não estaremos a exibir a nossa única obra prima…aquela que fica na nossa história…e na memória dessa pessoa especial? Neste caso, felizmente, não nos é vedado vê-la…
E vocês, que significado lhe dariam?
“Continuem a frequentar estas areias…”